A temporada é das chuvas e da dengue.  E as notícias são, no mínimo, preocupantes.  Entre janeiro de 2010 e janeiro de 2011, houve um aumento de 440% nos casos de dengue no Rio de Janeiro, que está entre os dezesseis estados brasileiros com alto risco de enfrentar uma epidemia. O Ministério da Saúde já orientou estes estados a atualizarem seus planos de emergência no caso de haver uma grande quantidade de infecção e mortes causadas pela doença. Só no último mês de dezembro, foram registrados 1.127 casos e 41 óbitos.

O Ministério da Saúde já elaborou um manual específico que dá orientações especiais sobre o tratamento de jovens até 15 anos e crianças, grupo mais vulnerável. Ao analisar o histórico da doença, verificou-se que, entre as crianças, a dengue surge de forma repentina. Nos adultos, se desenvolve gradualmente aumentando a chance de intervenção médica.

As secretarias estadual e municipal insistem em afirmar que todas as ações contra a dengue vem sendo mantidas. Mas como se explica essa explosão de novos casos em um ano? Vc tem visto carro de fumacê no seu bairro? Não entendo porque este serviço eficiente não é adotado como medida emergencial no momento em que sobe a temperatura e, previsivelmente, cresce a proliferação do mosquito Aedes Aegypti.

Santa Cruz, na zona oeste, foi o bairro com maior foco do mosquito, seguido por Madureira e Paciência, ambos na zona norte. No final do ano passado, por exemplo, chegou a ser registrado índice de infestação de 19% na Freguesia quando o índice máximo considerado seguro é de 1%. A dengue é responsável por cerca de 100 milhões de casos/ano e põe em risco uma população de cerca de 2,5 a 3 bilhões de pessoas.

Não vamos perder tempo discutindo a quem cabe o combate à dengue. A julgar pelas estatísticas, os órgãos competentes não foram bem sucedidos em prevenir e evitar o aumento dos casos. Então, a hora é de agir para não se lamentar depois.