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Manifesto em apoio aos professores em greve

Após infrutíferas tentativas de negociação, que se arrastam por anos, os profissionais da educação do Estado do Rio de Janeiro, em concorrida Assembléia, realizada no dia 7 de junho de 2011, decidiram deflagrar greve. Atualmente, um professor graduado recebe R$ 750,00 brutos e um funcionário tem piso de 433,00. Somente em 2011, 2,4 mil professores pediram exoneração por completa falta de perspectiva de valorização profissional. A questão afeta a formação de novos professores nas universidades, pois, concretamente, muitos avaliam que a opção pela educação pública implica privações econômicas insuportáveis. As principais reivindicações da greve objetivam criar um patamar mínimo para que a escola pública estadual possa ser reconstruída: reajuste de 26%, incorporação da gratificação do “Nova Escola”, liberação de 1/3 da jornada de trabalho para preparação de aulas, atendimento a estudantes, participação em reuniões etc., eleições diretas nas escolas e melhoria da infraestrutura geral da rede.

Compreendemos que a greve não é episódica e conjuntural. Ao contrário, está inscrita em um escopo muito mais amplo: objetiva sensibilizar a sociedade brasileira para uma das mais cruciais questões políticas não resolvidas da formação social brasileira: o reduzido montante de recursos estatais para a educação pública acarretando um quadro de sucateamento da rede pública e a paulatina transferência de atribuições do Estado para o mercado, por meio de parcerias público-privadas.

Interesses particularistas de sindicatos patronais, de corporações da mídia, do agronegócio e, sobretudo, do setor financeiro arvoram-se o direito de educar a juventude brasileira. Para montar máquinas partidárias, diversos governos abrem as escolas à uma miríade de seitas religiosas retrocedendo no valor da escola laica.

Estamos cientes de que não é um exagero afirmar que o futuro da escola pública está em questão. A luta dos trabalhadores da educação do Rio de Janeiro é generosa, resgata valores fundacionais para uma sociedade democrática e, por isso, nos solidarizamos, fortemente, com a luta em curso. Os recursos existem, desde que a educação seja uma prioridade. Por isso, instamos o governador Sérgio Cabral a negociar de modo verdadeiro com o SEPE, objetivando resolver a referida agenda mínima e a restabelecer o diálogo com os educadores comprometidos com a educação pública, não mercantil, capaz de contribuir para a formação integral das crianças e dos jovens do Estado do Rio de Janeiro.

Assine o manifesto e veja, abaixo, os primeiros signatários.

Signatários:

NOME /INSTITUIÇÃO

Roberto Leher – UFRJ

Carlos Nelson Coutinho – UFRJ

Gaudêncio Frigotto – UERJ

Virginia Fontes –UFF/ Fiocruz

Anita Leocádia Prestes -UFRJ
Marcelo Mattos Badaró – UFF

Ceci Juruá – UFRJ

Anita Handfas –UFRJ

Jailson dos Santos – UFRJ

Lorene Figueiredo –UFF

Ângela Siqueira –UFF

Lia Tiriba, UFF/ UNIRIO

Angela Rabello Maciel de Barros Tamberlini – UFF

José Luiz Antunes –UFF

Cecília Goulart- UFF

Iolanda de Oliveira – UFF

Cristina Miranda -UFRJ

Sara Granemann – UFRJ

Janete Luzia Leite – UFRJ

Fernando Celso Villar Marinho – UFRJ

Clara de Goes – UFRJ

José Miguel Bendrao Saldanha –UFRJ

Lenise Lima –UFRJ

Cleusa Santos –UFRJ

Vera Maria Martins Salim – UFRJ

Leandro Nogueira S. Filho – UFRJ

Letícia Legay – UFRJ

Luis Eduardo Acosta – UFRJ

Regina H Simões Barbosa – UFRJ

Francisco José da Silveira Lobo Neto – Fiocruz

Salatiel Menezes – UFRJ

Ana Maria Lana Ramos – UFF

Maria Inês Souza Bravo -UERJ

José Henrique Sanglard – EP/UFRJ

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