Artigo publicado no jornal O Dia em 03/01/2012
Publicações no dia 13 de dezembro de 2011 causaram a sensação final da falência política do Rio. Um ‘Informe Publicitário’ anunciava mudanças na região do Porto e bairros vizinhos. Outra matéria indicava um “acordo de investimento” assinado entre a Caixa e uma empresa de fundos imobiliários visando a empreendimento sobre a Rodoviária Novo Rio. O tal ‘acordo’ é um negócio fechado entre um banco público que integralizará terras públicas e recursos do FGTS para viabilizar a construção das três torres de escritórios. Não bastasse tamanho absurdo, ainda se recusam a divulgar valores e responsabilidades.
Nós, que lutamos pela Reforma Urbana, assistimos agora a essa ‘Revolução’ de mãos atadas e voz embargada.
Lutamos tanto pela participação de todos para a justiça social na cidade e, agora, o governo PT-PMDB nos
oferece esse legado. A verticalização desenfreada no Centro transformará não só a cara da região, mas, também, a forma como nos relacionamos com a cidade. Teremos que reaprender a gostar do Rio. A concepção artística do projeto apresenta as trigêmeas imponentes, dominando por completo uma paisagem com o Pão de
Açúcar e o Corcovado ao fundo, apequenados pela consternação de testemunhar uma modernidade tão avassaladora quanto esterilizante.
Onde está o projeto da demolição da Perimetral? Quanto vai custar? Quais serão as alternativas de tráfego
durante e após a conclusão das obras? Como ficarão os acessos à Ponte e à Avenida Brasil? As poucas informações públicas indicam redução de espaço viário nos acessos existentes.É prudente investir nesta monta, em prazo tão curto, num cenário econômico de tanta incerteza?
Eliomar Coelho
Vereador PSOL