Imagens históricas (e contemporâneas) do bloco mais antigo do Rio estão espalhadas no Largo da Carioca, reproduzidas em plotagens de grandes dimensões. Os acordes de “Quem não chora, não mama”, a marchinha carro-chefe do Cordão da Bola Preta que nasceu em 1918, arrastaram 2 milhões de foliões, no ano passado, no desfile da Avenida Rio Branco. A multidão que segue o carro de som do bloco – e se multiplica a cada ano – é o melhor retrato da proporção que o Carnaval de rua ganhou nos últimos anos. A exposição de fotos do bloco fica montada até o dia 29 de fevereiro.
Fundado por uma dissidência do Clube dos Democráticos, o Cordão da Bola Preta surgiu de um desencontro amoroso entre uma colombina e um remador do Botafogo conhecido como Caveirinha. Em entrevista ao jornal “A Pátria”, em 1930, Chico Brício – um dos fundadores – contou como o amigo tentou, em vão, encontrar a mulher mascarada de fantasia branca com bolas pretas, que fugiu depois de dar um beijo em Caveirinha. A partir daquele carnaval, estava fundado o Cordão da Bola Preta, uma lembrança da colombina desaparecida para sempre.