Um interessante artigo escrito por Evelyn Mertin, da German Sport University, em Colônia, Alemanha, analisa o impacto que a cidade de Sochi, na Rússia, sofreu uma vez que foi escolhida como sede dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2014. O trabalho realizado evidencia como os preços dos imóveis no resort de férias do Mar Negro aumentaram vertiginosamente em questão de horas após o anúncio da decisão do COI que preferiu a cidade russa em detrimento às outras candidatas, PyeongChang, na Coréia do Sul, e Salzburgo na Áustria.
“O aumento do preço de imóveis por metro quadrado em Sochi foi de US$1.800 em 2006 para US$4.000, claramente demonstrando a tendência de alta especulação”, assinala o estudo, acrescentando que houve também um salto no custo de vida. “o preço de frutas, vegetais e de chá, por exemplo, aumentaram em 30% em algumas semanas”. Fenômeno idêntico acontece no Rio de Janeiro que será sede da Copa e das Olimpíadas.
Outra questão relevante no estudo é a constatação que a proximidade entre o Comitê de Organização de Sochi e os funcionários estatais em Moscou fornece as condições ideais para as ambições olímpicas, praticamente sem qualquer tipo de impedimento. De nada adiantaram os protestos de ativistas ambientais russos que impetraram ação judicial contra a destruição do Parque Nacional de Sochi. O decreto promulgado pelo Ministério do Meio Ambiente prevendo redefinição das fronteiras do parque foi invalidado pelos juízes de Maikop, cidade vizinha a Sochi. E o projeto olímpíco teve prosseguimento.
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