Freixo é o candidato do PSOL a prefeito do Rio. A candidatura do deputado estadual Marcelo Freixo foi homologada, hoje (11/06), na convenção eleitoral do PSOL onde o clima era de empolgação. Também foi confirmada a candidatura do vereador Eliomar Coelho à reeleição no evento político realizado na Câmara dos Vereadores que reuniu mais de 300 pessoas, incluindo lideranças nacionais do partido.

“Vamos brigar para que o Rio tenha outra prefeitura e outra Câmara dos Vereadores. O espaço da Câmara não pode ser o espaço do conluio”, afirmou Marcelo Freixo, ao lado do candidato a vice-prefeito, Marcelo Yuka.

Participaram da convenção os parlamentares Ivan Valente (PSOL/SP), Marinor Brito (PSOL/PA), Chico Alencar, Jean Wyllys e Janira Rocha (PSOL/RJ) e o ator Wagner Moura. Freixo recebeu cartas de apoio de Frei Beto, do teólogo Leonardo Boff, do senador Randolfe Rodrigues (PSOL/AP), de Caetano Veloso e do antropólogo e escritor Luiz Eduardo Soares.

Segundo o deputado federal Ivan Valente (PSOL/SP), desde 1989 não se vê, como agora, a intelectualidade engajada em uma causa, engajada no ideal de um projeto para o Rio de Janeiro.

“Apesar do PSOL só ter um minuto na TV e não ter feito coligação, acredito que vamos para o segundo turno”, exortou o ator Wagner Moura, que também participou da convenção.

Segundo Freixo, a campanha do PSOL será nas ruas e nas redes. Será um movimento que ele batizou de “primavera carioca”. Já está marcada a primeira atividade para o dia 06 de julho, sexta-feira – quando começa a campanha eleitoral 2012: uma caminhada da Praça Mauá até o Buraco do Lume (Praça Mário Lago) – com todos os candidatos a vereador da chapa do PSOL.

“O Rio merece um 2° turno. Temos que debater qual modelo de cidade queremos, definir prioridades. Não podemos planejar a cidade de acordo com o calendário das Olimpíadas e da Copa”, afirmou Freixo.

Segundo Freixo, a proposta da PSOL é promover um choque de democracia no lugar do choque de ordem. As palavras de ordem são “respeito, transparência e participação da sociedade civil”. “Dignidade não pode ter CEP, não pode ter endereço”.

“O estado perdeu o caráter público. Não há garantia de defesa do interesse da população. A cidade virou um grande balcão de negócios”, resumiu Freixo.

O candidato do PSOL destacou que a prefeitura não participou das audiência sobre o traçado do Metrô e sobre a Linha 4 e não discute transporte de massa. Segundo Freixo, a licitação das linhas de ônibus, realizada em 2010, foi de cartas marcadas e deve ser revista. O orçamento da Saúde cresceu de R$2 milhões para R$ 4milhões e, no entanto, o investimento é empregado em UPAs e Clínicas de Famílias, administradas por OSs (Organizações Sociais), que são “mecanismos de pouca transparência”. Ele lembrou que a rede pública de Saúde do Rio recebeu a pior nota do SUS em levantamento recente do Ministério da Saúde.

“Enquanto o médico de OS ganha R$ 7 mil, o médico da prefeitura ganha R$ 1,4 mil. O funcionalismo está sendo sucateado”, disse.

Marcelo Freixo adiantou que sua campanha cobrirá as Zonas Sul, Norte e Oeste e discutirá segurança pública, que também é um debate municipal.

“O braço econômico das Milícias é o transporte alternativo e o prefeito organizou a licitação das vans com as cooperativas. Queremos salvar os motoristas da exploração das milícias através de licenças individuais. Cabe à prefeitura esse trabalho”, disse Freixo.

O candidato do PSOL disse que há um movimento de militância crescendo na cidade. No debate que participou no último domingo, após a exibição de um filme no Cine Odeon, encontrou o cinema lotado.

“É possível construir outra realidade. Tem algo de novo motivando as pessoas. Esta será a campanha da cara e da coragem, a cara de cada um. A responsabilidade está sendo socializada, as pessoas abrirão suas portas e dirão: aqui vai ser um comitê”, aposta Freixo.