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Rio antigo: Leblon, um loteamento desocupado no início do século XX


O Leblon foi loteado em 1914. Foi quando o Poder Público estendeu as linhas de bonde Gávea e Ipanema para o bairro. A história do lugar tem toques aventureiros. A fazenda do francês Carlos Leblon, no final da praia, era conhecida como Campo do Leblon em 1845. Ele era dono da empresa de pesca de baleias Aliança, numa época em que a Baía de Guanabara era repleta destes mamíferos.
Um detalhe da tela de Leandro Joaquim, ao lado, mostra uma fila de baleias misturadas às embarcações antigas. O óleo de baileia serviu durante anos para unir as pedras das contruções, misturado à areia, cascalho e conchas, e também como combustível para iluminação. A pesca era feita em barcos chamados alabamas ou do alto das pedras, com arpoardor, origem do nome da famosa pedra entre a Praia de Ipanema e a Praia do Diabo. A iluminação à gas, inaugurada na última década de 1800, fez o negócio de Leblon naufragar. Suas terras acabaram nas mãos de um português abolicionista que permitiu, ali, a instalação de um quilombo, o Quilombo do Seixas. O novo dono das terras, José de Magalhães Seixas, emigrou para o Brasil aos 14 anos. Fez fortuna no comércio de malas e artigo de couro. Construiu sua casa no local onde hoje existe o Clube Federal, aos pés do Morro Dois Irmãos. Ele abrigou dezenas de negros fugitivos em uma caverna que existia nos fundos da chácara. A vegetação disfarçava a entrada do esconderijo.

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