Primeiro arranha-céu a despontar na cidade do Rio de Janeiro, em 1930, o Edifício Joseph Gire, com 22 andares, abrigava o vespertino “A Noite” que virou apelido popular da construção. O prédio deve ser tombado, em breve, pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). Projetado pelo arquiteto francês Joseph Gire, responsável pelo Hotel Copacabana Palace, e pelo brasileiro Elisário Bahiana, autor do projeto do novo Viaduto do Chá em São Paulo, foi o primeiro espigão da América Latina com altura desde a calçada até o topo de 102,80 m – o equivalente a um prédio de 30 andares. Foi o engenheiro Emílio Henrique Baumgart quem fez os cálculos estruturais do Edifício A Noite usando, de forma inédita, a tecnologia de cimento armado (hoje concreto armado), que estava sendo introduzida pela empresa alemã onde o técnico trabalhava. Quando surgiu na Avenida Rio Branco, o prédio em estilo art decó destoou da arquitetura predominante na época, inspirada no modelo francês. No próximo dia 3/04, o Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural do Iphan se reunirá para avaliar, na última etapa de um longo processo, se o prédio será tombado. A aprovação do tombamento será a certeza da permanência de um exemplar arquitetônico que conta um pouco da história urbana da cidade.
- Eliomar Coelho é engenheiro. Deputado combativo e ético, sua atuação política tem como referência a parceria com movimentos populares e como eixo central a defesa de uma política urbana democrática, que privilegie a cidadania e a participação popular. Leia mais
Boletim
Clique aqui e receba nosso boletim
5 Responses to Rio antigo: primeiro arranha-céu do Rio, o Edifício A Noite