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Luto e luta em Santa Teresa: três anos do acidente do bonde

Uma caminhada realizada, ontem, do Curvelo ao local onde aconteceu o acidente com o bondinho em 2011 – quando seis pessoas morreram e mais de 50 ficaram feridas – fez parte das atividades do Marco 27. Eliomar e Chico Alencar aderiram ao ato que relembra a tragédia e é uma forma de tributo pelas mortes e protesto pela negligência das autoridades que permitiram o funcionamento sucateado dos bondes de Santa Teresa. A falha no freio custou a vida do motorneiro Nelson Correa da Siva (na foto) que, diante da fatalidade, pedia aos passageiros para abandonarem o bonde 10 mas fez a viagem até o fim. O ato foi marcado pela execução do carrilhão de sinos do Convento de Freiras e colocação de flores no local do acidente. Uma missa foi celebrada, à noite, na Igreja Anglicana do bairro.

O primeiro bonde novo chegou na noite de terça-feira para realização de testes. Longe de comemorar, os moradores protestaram contra o atraso nas obras de reforma dos trilhos, que causam caos e transtorno no bairro. Os moradores temem pela segurança operacional uma vez que os novos bondes estão sendo construídos pela TTrans, mesma empresa que montou os bondinhos apelidados de Frankenstein e que apresentavam falhas no sistema de freios. Foi a colisão de um Frankenstein com um ônibus que resultou na morte da professora Andreia de Jesus Resende, de 29 anos, em 2009.

Difícil encontrar alguém no bairro que acredite no cronograma apresentado pelo governo. A previsão de retorno era para junho e depois foi adiada para agosto. A nova promessa é que os bondes voltam no ano que vem. Até agora, só foram trocados cerca de três quilômetros dos 18 quilômetros de trilhos e cabos elétricos que serão renovados. O governo explica que o atraso é devido a mudanças no sistema de água, gás e drenagem do bairro. Mas as obras seguem em ritmo muito lento.

“O bonde não é só transporte turístico, serve também aos moradores. A prefeitura colocou um ônibus com a mesma tarifa de R$ 0,60 para substituir os bondes mas ele demora uma eternidade. São poucos carros. O transporte piorou muito sem os bondes porque o intervalo entre os coletivos, inexplicavelmente, aumentou. Por causa das obras o itinerário dos ônibus mudou e a rotina no bairro também. Está um caos. E não parece que a obra anda”, reclama a estudante de engenharia ambiental, Mariana dos Santos.

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