No início do ano, nosso mandato denunciou que o governo vai pagar R$ 5,3 MILHÕES para o Bradesco disponibilizar, em seu site, os boletos do IPVA.
A coisa incomodou tanto o Palácio Guanabara que o secretário de Fazenda usou a imprensa para responder. Disse que, até 2012, cada dono de carro pagava uma taxa extra pelo seu boleto.
Pois bem, o Bradesco é o dono da conta do estado. Além disso, cai no seu colo o dinheiro do IPVA, que em 2015 foi de R$ 2,2 bilhões. Este ano, com o aumento do imposto, poderá chegar perto de R$ 3 bilhões.
Então temos aí dois casos: um de gestão e outro imoral
O PROBLEMA DE GESTÃO
O estado não deveria pagar absolutamente nada ao Bradesco para que o banco disponibilize as guias de IPVA no site. Por um motivo muito simples: o Bradesco movimenta bilhões da conta do estado, desde que venceu a licitação e desbancou o Itaú.
Outro ponto: Quanto o banco ganha somente com o rendimento dos R$ 3 bilhões do IPVA?
Além do mais, quando se entra no site do Bradesco, o contribuinte é direcionado para o Bradesco Fácil, gerando receita para o banco e oportunidade de negócios.
O PROBLEMA MORAL
O contribuinte pagava R$ 2,95 para imprimir a guia (um valor absurdo), mas tinha um automóvel, ou seja, estava pagando uma tarifa por um bem que ele possuía.
Agora não: toda a sociedade paga, as guias de quem tem carro, moto, etc.,
A sociedade banca a disponibilização da guia de IPVA no site do Bradesco para quem tem, por exemplo um BMW.
E fica a pergunta: foi feita licitação mesmo?
Nós pedimos essa documentação. Quando chegar, nós vamos ver se teve ou não licitação. E em que bases esse contrato foi assinado.
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