Em greve a quase três meses, profissionais de educação vêm lutando pelo atendimento de suas reivindicações. Na lista de negociações consta reajuste salarial, uma extensa pauta pedagógica e garantia de direitos como o retorno ao calendário de pagamentos para ativos e aposentados.
Sobre o movimento grevista, além de ser um instrumento previsto na constituição, faz-se necessário esclarecer que, em 2015, o governo estadual não concedeu reajuste nos salários do funcionalismo e não apontou com nenhuma melhoria salarial para o ano de 2016. Assim, todo o funcionalismo estadual chegará a 2017, com defasagem salarial de cerca de 30%, pois desde 2014, não recebe aumento de salários. Ainda correndo sério risco de ter essa situação agravada pelo possível aumento da contribuição previdenciária e ameaças de demissões.
Nessa conjuntura, antes de decidir por entrar em greve, a categoria dos profissionais de educação tentou, desde o fim de 2015, abrir negociações com o governo Pezão e, agora, com o governador Dornelles e com a Secretaria Estadual de Educação (Seeduc).
Faz-se importante lembrar que a rede estadual de ensino tem sofrido um processo de sucateamento ao longo de sucessivos governos que, seguindo a cartilha do neoliberalismo, vêm implementando uma política meritocrática visando a mercantilização da educação ao criar um sistema de premiações por resultados em detrimento de um projeto de educação emancipatória, voltado ao desenvolvimento do aluno como cidadão.
Nosso mandato considera legítima a greve na rede estadual de ensino e apoia a luta dos profissionais de educação que lutam por melhorias das condições de trabalho e visam oferecer aos alunos uma educação pública de qualidade.