O que aconteceu ontem em Paquetá é covarde, criminoso. Turistas que visitaram a ilha não conseguiram retornar devido ao descaso da CCR Barcas com o aval do governo estadual. A grade de horários estabelecida não atende a população e aos visitantes de Paquetá, assim como não respeita as regras sanitárias necessárias durante a pandemia. Moradores precisam se sujeitar, todos os dias, a barcas lotadas para ir e voltar do trabalho.
Não à toa que Paquetá ocupa o 10º lugar dos 160 bairros com mais alto risco de Covid-19 no Rio. A aglomeração nas barcas da CCR é tão responsável por tudo isso, que segundas e terças-feiras são os dias da semana de maior número de casos de atendidos pelo Hospital Villaboim. Ontem, cerca de 200 pessoas não puderam embarcar no horário das 18:30 depois de um passeio à Ilha de Paquetá, devido à lotação da embarcação. O próximo horário disponibilizado pela CCR Barcas é às 23h30.
Exatamente há um ano, moradores de Paquetá passavam pelos mesmos problemas, que agora estão exacerbados pela pandemia. A CCR com o aval do governo reduziu os horários das barcas sem nenhum diálogo com os mais afetados – os moradores da ilha. Em fevereiro do ano passado conseguimos junto ao movimento criado pela população, conhecido como #RepeitaPaquetá e com apoio do Núcleo de Defesa do Consumidor da Defensoria Pública do Estado, restabelecer a grade de horários.
Infelizmente isso não durou muito e, em março, em plena pandemia, a Secretaria de Estado de Transportes autorizou novamente a redução de horários das barcas da linha Paquetá – Praça XV em função do plano estadual de contenção da Covid-19 e diminuição da circulação de todos os meios de transporte do estado e do município do Rio. Em junho, apesar de decretada a flexibilização, o transporte da população da Ilha de Paquetá não foi restabelecido. Moradores ficaram refém de um horário restrito e fazendo um trajeto de cerca de uma hora em embarcações com 100% de ocupação. Nos finais de semana, visitantes têm que amargar intervalos de 4 a 5 horas para embarcar de volta para o continente após o dia de lazer.
Nosso mandato já está organizando uma audiência pública para que representantes da CCR Barcas e da Secretaria de Transportes possam ouvir os moradores de Paquetá. Vamos mediar esse encontro para que a solução seja rapidamente alcançada. O direito de ir e vir da população, dos seus familiares e dos visitantes da ilha precisa ser garantido. Peço ao presidente da Alerj, deputado André Ceciliano, para que haja uma intervenção conjunta – Executivo e Legislativo –, junto com a população, para colocar um ponto final e resolver esta situação. Paquetá resiste!
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