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Debate do PSOL/RJ questionou modelos de desenvolvimento

O crescimento do PIB é sinônimo de riqueza ou desigualdade? Economia verde é uma falácia? Recursos públicos cobrirão 98,56% das despesas da Copa estimada em R$ 23 bilhões. Haverá legado? Em 2015, estaremos afogados em R$ 40 bilhões de dívidas a exemplo do que aconteceu com a África do Sul um ano depois de sediar o campeonato mundial e construir estádios que já viraram elefantes brancos? Estas foram algumas das questões levantadas no terceiro debate realizado pelo PSOL/RJ cujo tema foi “Modelos de Desenvolvimento e Rio + 20”. Mediado pelo deputado federal Chico Alencar (PSOL/RJ), o encontro contou com os seguintes debatedores: Sandra Quintela, do PACS e Jubileu Sul, Fátima Mello, da Fase, e Carlos Vainer, do IPPUR/UFRJ.

“Como estarão as UPPs em 2017? Como estarão as contas públicas em 2017?”, questionou Sandra Quintela. Segundo ela, há uma mercantilização e uma financeirização da natureza e novas fronteiras de acumulação de capital que aprofundam as desigualdades regionais. “Quem está pagando a conta do desenvolvimento? Desenvolvimento para quem e para quê?”, perguntou, citando projetos polêmicos como a CSA ThissenKrupp, em Santa Cruz, no Rio, o Porto Açu, no norte do estado, e a refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, que vêm causando poluição ambiental e desmatamento.

Para Fátima Melo, a Rio + 20 – conferência que marcará os 20 anos da ECO 92 e será realizada no ano que vem – pode servir como pólo aglutinador de lutas e resistência. Uma série de movimentos já estão se mobilizando para organizar um evento paralelo à conferência que trará 150 chefes de estado ao Rio de Janeiro.

– O levante de Seattle provocou um movimento global que desembocou no Fórum Social Mundial. Inaugurou um novo ciclo político quando foi questionada a hegemonia do neoliberalismo. A ONU só fala em combate à pobreza. Temos que combater a riqueza – afirmou Fátima Mello.

O urbanista Carlos Vainer lembrou que o pensamento neoliberal tem horror às regras. Ele assinalou que a lógica atual vê a cidade como empresa. “O que uma empresa exige? Rapidez e senso de oportunidade para fazer negócios. Se a cidade é uma empresa tem que se flexibilizar”. Segundo ele, isso cria um “estado de exceção” que resulta em processos de remoção de comunidades carentes para viabilizar obras vinculadas aos megaeventos, mudanças na legislação – como o Regime Diferenciado de Contratação – e exceções na Lei de Responsabilidade Fiscal. “A city se impõe sobre a polis”, concluiu.

A exemplo de Sandra Quintela e Fátima Mello, Carlos Vainer enxerga resistência dentro da sociedade civil. “A Vila Autódromo é um símbolo e um exemplo de resistência vitoriosa. A vitória não é fácil mas não é impossível”, afirmou

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