O jornal Extra noticiou que o TCM pediu esclarecimentos sobre o edital de licitação da prefeitura para obras que vão evitar as enchentes na Praça da Bandeira. Ora, o TCM não está fazendo nada além do que cumprir com seu dever. A prefeitura tem prazo de 30 dias para tirar todas as dúvidas do Tribunal de Contas do Município. Por que adiar por tempo indeterminado a realização das obras?
A prefeitura já tem verba garantida do Programa de Aceleração de Crescimento (PAC) para realizar a obra. Por que recuar agora? É hora de mostrar, com muita agilidade, transparência e competência. O que não cabe é varrer a sujeira para debaixo do tapete (ou para dentro do bueiro) e na próxima enchente querer culpar o TCM pelo engavetamento do projeto salvador da pátria.
Com custo estimado em R$ 300 milhões, a obra prevê a construção de três grandes piscinas para acumular água da chuva. Os reservatórios receberiam até 140 milhões de litros. A intervenção, como se sabe, vem atender à demandas urbanísticas vinculadas aos megaeventos. O Maracanã é vizinho da área constantemente alagada.
Como já observamos, é secular o problema de enchentes na Praça Bandeira e a falta de solução para este transtorno. Descobrimos que em 1875 foi criada uma comissão para investigar e acabar com as inundações no Mangue de São Diogo, localizado exatamente nesta região. A julgar pelos constantes alagamentos, a comissão fracassou.
São também do final do século XIX (1811), os primeiros estudos para avaliar o impacto das chuvas intensas sobre as encostas. O apelido, nada simpático, de Praça da Banheira já deixa evidente o “estorvo histórico”, nas palavras de nosso governador.