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A arte por trás do movimento que exige a volta dos bondes


A imagem da dianteira do bonde com uma lágrima branca (de tristeza) já virou símbolo da luta pela volta dos bondinhos de Santa Teresa. A logomarca criada pelo DJ Zod, está espalhada pela cidade em 10 mil lambe-lambes, virou perfil de engajados no Facebook, passeia no vidro de carros dentro e fora do bairro e estampa o bottom que é uma das fontes de renda do bloco Bonde da Luta. O apelo por justiça está na nova moldura do site da AMAST (Associação de Amigos e Moradores de Santa Teresa) que engrossa o coro dos indignados e pede a punição do secretário estadual de Transportes Júlio Lopes. As manifestações se desdobraram em novos cartazes e intervenções no bairro. Todas com o mesmo objetivo: não deixar que a população esqueça da tragédia ocorrida no dia 27 de agosto quando seis pessoas morreram e outras 57 ficaram feridas no acidente com o bonde 10, pilotado por Nelson Correa da Silva – uma das vítimas.

Enquanto ônibus amarelinhos circulam pelo bairro cobrando a mesma tarifa do bonde, fica a pergunta: até quando Santa Teresa ficará sem a sua marca registrada? O governador anunciou a retomada do sistema somente para 2013. Sempre vale lembrar, nada aconteceu ao secretário Júlio Lopes que está sendo investigado pelo Ministério Público estadual por improbidade administrativa. Para não deixar esmorecer a cobrança por justiça, Zod e o artista gráfico Marcello Sartori cuidarão de manter vivos os lambe-lambes que cobrem a Estação no Largo do Curvelo. E nova intervenção surpresa nos Arcos da Lapa, capitaneada por Marcello, está programada para dia 27 de janeiro.

O bonde está intimamente intrincado com a vida dos moradores de Santa Teresa. Zod, o diretor de arte Luís de França, lembra que, na manhã do acidente, sua mulher e filha levaram uma amiga para fazer um passeio na linha Paula Matos. Sob o impacto da notícia, ele confeccionou a arte do bonde na madrugada após o desastre e encaminhou para Adil Tiscatti, diretor do Cine Santa, que detonou a divulgação da imagem. A logo foi logo parar nas redes sociais.

Zod e Marcello Sartori, de máscara, que fará intervenção nos Arcos em janeiro

– É uma tristeza. Até hoje, sinto um vazio. A gente parece que ouve o barulho (do bonde). Faz uma falta muito grande. Acho justo para a comunidade que o ônibus amarelinho cobre a tarifa do bonde mas ele não pode ficar. Tem gente com medo que ele substitua de vez os bondinhos. Isso a gente não vai deixar – afirma Zod, autor também da projeção no Largo dos Guimarães, um protesto batizado de Marco 27.

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