Em depoimento na última sexta-feira (5), Cabral acusou vários dos protagonistas do esquema da Fetranspor, que há tantos anos vimos denunciando. Citou o ex-ministro Moreira Franco, Paes e Crivella como beneficiários de propinas por parte de empresas de ônibus. Disse ainda o que também sempre denunciamos sobre a FGV, que recebia muita grana para dar soluções legais aos projetos de governo. “A FGV era o biombo legal para efetivar ilegalidades. A FGV Consultoria, comandada pelo César Campos. Ela fugia da licitação e dava amparo legal. Sabia que havia ilegalidades. Quem tratava com o Fichtner era o César Campos. Casos como Metrô e o Maracanã”, disse Cabral.
Há mais de três décadas membros do executivo, legislativo e judiciário atuam no sistema que move essa engenharia corrupta que tanto mal causa aos usuários dos transportes e a toda a população do estado do Rio de Janeiro. Cabral detalhou compra de apoio político, esquema de caixa dois nas campanhas e compra de estudos para chancelar iniciativas do governo, além dos esquemas das empresas de ônibus do Rio.
Ainda segundo o ex-governador, Crivella o procurou pedindo dinheiro para apoiar Paes nas eleições para a prefeitura do Rio em 2008.
Por décadas, o povo fluminense paga o preço da corrupção no setor de transportes, com péssima prestação de serviços, tarifas elevadas, irregularidade em horários e outros absurdos, em um sistema que, no fim das contas, sempre serviu para beneficiar políticos corruptos que perpetuam ano após ano essa engrenagem.