Destruído por um incêndio em 97, o lendário Teatro Casa Grande foi reerguido e voltou a funcionar no ano passado. Palco de importantes produções teatrais e debates fundamentais, serviu como trincheira para a resistência de artistas contra a ditadura militar. Foi lá que aconteceu a primeira reunião política aberta, depois de anos de reprressão e censura. A casa inaugurada em 1966 inscreveu seu nome na história cultural da cidade. E merece ser preservada para gerações futuras.
A transformação do Teatro Casa Grande em Área de Preservação de Ambiente Cultural – um projeto proposto pelo mandato – é o melhor caminho para se garantir a manutenção desta instituição tão cara aos cariocas. O governo do estado pretendia vender os cinco andares do prédio mas a direção da casa entrou com uma ação cautelar e assegurou que os interessados devem saber, de antemão, que aquele espaço só pode ser usado para fins culturais.
A aprovação da APAC do Teatro Casa Grande reforça a luta capitaneada pela direção da instituição e cria mais um embaraço na tentativa, até então frustrada, de se fazer caixa as custas de um equipamento cultural. Já existe até um projeto pronto de instalação, no prédio do teatro, de um centro cultural com programação popular e de uma universidade voltada para a população desfavorecida que vive na Zona Sul. Sempre é bom lembrar que acesso à cultura é sinônimo de inclusão social.