O governador Luiz Fernando Pezão não esperou muito tempo para começar a atacar os direitos dos trabalhadores. Já no primeiro dia de sessões na Assembleia Legislativa (Alerj), após o recesso, ele está enviando um pacote de maldades para a casa. Uma das questões mais graves em que Pezão quer mexer é na Previdência, que ele entende apenas como despesa e não como direito social. Segundo a proposta, os servidores passariam a contribuir com 14% de seu salário – até agora são 11%.
A iniciativa deixou o clima muito tenso entre os trabalhadores, que marcaram um ato para esta quarta-feira (3/2). A categoria está indignada. Na prática, representa uma diminuição dos já reduzidos salários dos servidores. Os mesmos servidores que, há apenas um mês, não tiveram seu 13º salário pago integralmente pelo governo. Além disso, tiveram o “calendário” de pagamentos adiado em uma semana, criando artificialmente uma espécie de capital de giro, através de uma malandragem fiscal realizada com os recursos suados dos servidores.
Segundo a proposta do governador, a contribuição do Estado subiria de 22% para 28%. O governo também quer promover uma revisão de todas as aposentadorias. E o que é mais grave: Pezão anuncia que novos pedidos de aposentadoria, caso a proposta seja aprovada, seriam analisados com muito mais rigor. Logo no primeiro dia de sessões legislativas, os servidores e cidadãos estão assistindo seus direitos serem rigorosamente ameaçados.
A bancada do PSOL repudia a iniciativa do governo Pezão, e vai ajudar a mobilizar a sociedade para resistir a essas ameaças. O partido reconhece a queda na arrecadação de recursos do Estado, mas entende que a melhor maneira de sanear as contas do Rio de Janeiro não é através do ataque a direitos conquistados. A população fluminense tem assistido à farra de Pezão com recursos públicos. Isenções fiscais são concedidas, dois palácios são reformados, despesas com propaganda são aumentadas, e até a conta de luz da Supervia é paga.