Não precisamos de muitos dias para constatar, na prática, que o bilhete único carioca, com validade de duas horas, não tem valor para quem vem de longe. Uma viagem de Santa Cruz até a Central chega a consumir quase três horas. Porque engarrafamento na Avenida Brasil é diário. É líquido e certo.
Como pode o prefeito sugerir mudança no comportamento dos usuários – que segundo ele deveriam descer antes de chegar ao Centro – ao invés de propor mudanças no sistema? Está evidente que o intervalo de duas horas prejudica o passageiro que parte de um ponto distante em direção ao Centro do Rio para dali pegar outro ônibus rumo à Zona Sul ou à outras áreas da cidade. Em alguns casos, o ponto de partida para a segunda viagem é obrigatoriamente na Leopoldina ou na Central. Mesmo que fosse viável a estratégia de saltar no meio do caminho, a proposta chega a ser desconcertante.
Por que é tão difícil, quase impraticável, que autoridades públicas revejam suas decisões, aceitem críticas e corrijam ações equivocadas? Por que não é aceitável aumentar a validade do bilhete em apenas uma hora? Por que o bilhete único carioca não engloba também trens e Metrô? A lógica parece a da ineficiência e a da menor abrangência do benefício.
Há quem acuse a prefeitura de estar favorecendo o cartel das empresas de ônibus. Não vamos aqui fazer acusações. Mas queremos uma resposta: por que não melhorar o bilhete único, fazendo com que este atenda às demandas da maioria dos usuários? Só em Santa Cruz, residem 192 mil moradores…A quem serve o BUC?
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