A prefeitura continua sua política de remoções truculentas. No último sábado, não ficou pedra sobre pedra na Vila Recreio II. Foram derrubadas as últimas casas que só permaneciam de pé graças a liminares da Justiça. E todo entulho foi retirado. O terreno está limpo e completamente preparado para as obras da Transoeste.
Das duas uma: ou derrubaram a decisão favorável aos moradores durante o plantão do judiciário, ou passaram por cima, mais uma vez, da ordem constitucional.
Em qualquer dos casos, trata-se de mais um ataque ao estado eemocrático de direito, uma vez que é nítido que a ação surpresa, no meio de um fim de semana, é uma tática muito clara para evitar qualquer tentativa de resistência por parte dos moradores ou de seus aliados. Mesmo no plano institucional.
Ações como essa põem em cheque tentativas de negociação, comissões e outras tratativas já iniciadas por diversas instituições sérias desse país, numa tentativa de parar o fascismo travestido de “eficiência administrativa” engendrado pelo prefeito.
Continuamos a vislumbrar um horizonte de crimes contra direitos humanos da população carioca, contra o meio ambiente e contra a administração pública. Mas tudo isso ainda não foi suficiente para que os poderes da República se dignassem a ouvir e considerar os demais lados envolvidos.
Não estamos falando de meras infrações. Estamos falando de violação de domicílio, danos morais e materiais, ameaça, coação, abuso de autoridade, constrangimento ilegal, vexação de menores, idosos e incapazes entre outras barbaridades.
Não dá pra ficar calado diante de tantos disparates. A população carioca precisa se insurgir contra essa sucessão de crimes. Os ataques já começaram há meses e atingem tanto favelas quanto bairros formais. Ninguém está a salvo das ações criminosas orquestradas pela aliança que governa o Rio de Janeiro.