Era evidente que os bondes de Santa Teresa funcionavam mal. Bastava andar para perceber que precisavam de investimento massivo. O que não sabíamos é que o secretário estadual de Trasportes Júlio Lopes recebeu, em agosto, relatório da TTrans alertando para o risco iminente de uma tragédia.
A TTrans foi a empresa que reformou os bondes que ganharam logo o apelido de Frankenstein pelos moradores de Santa Teresa. Relatório do Crea condenou o sistema de freios dos bondes novos. Segundo Massimo Giavina, presidente da TTrans, o estudo mostrava vários desníveis nos trilhos, apontava a falta de treinamento dos condutores e exigia limite de velocidade e mais sinalização para os bondes. E, segundo Giavina, outro relatório mais antigo já alertava para o problema no freio dos bondes antigos.
Parece que a Central – empresa que administra o bonde e está subordinada a Secretaria de Transportes – tenta jogar a culpa na TTrans. Enquanto isso, o secretário Júlio Lopes não se manifesta, não responde à imprensa, não comparece às audiências públicas na Alerj.
A sociedade civil organizada já pediu a cabeça do nosso secretário. Será que tantas evidências de negligência e descaso não resultarão em nenhum tipo de punição? Será que nada acontecerá a Júlio Lopes – que está sendo investigado pelo Ministério Público estadual por suspeita de improbidade administrativa.
O melhor caminho para o exercício do poder com responsabilidade e consciência é a certeza de que a demonstração de incompetência será punida. Se nada, absolutamente nada, abala as estruturas de secretários com a atuação de um Júlio Lopes, o que temer?
Nosso mandato faz coro com a sociedade civil e apoia o afastamento do secretário de Transportes Júlio Lopes.