O acidente com o bonde de Santa Teresa foi a crônica de uma morte anunciada. Entre mortes e feridos sobram o descaso das autoridades quanto à manutenção e a negligência na fiscalização. Isso explica também porque um francês caiu dos Arcos da Lapa e porque uma professora foi atropelada e morreu quando pulou de um bonde desgovernado há dois anos.
Mas este não é o único temor dos moradores do bairro. Não são poucos os que prevêem outra crônica de um acidente anunciado. Os ônibus da Viação Transurb, das linhas 006 e 007, 014, não respeitam o limite de 40km/h. Fazem curvas em alta velocidade e ultrapassagens perigosas.
De vez em quando, uma passageiro assustado apela ao motorista para reduzir a marcha. Mas estas queixas costumam ser ignoradas. Quando entram na Rua Silvio Romero, em direção à Lapa, os coletivos dão a impressão que vão tombar na curva acentuada em ladeira.
As ladeiras e ruas de Santa Teresa ficam perigosamente escorregadias em dias de chuva. E nem isso faz com que os condutores sejam mais razoáveis. Há cerca de seis anos atrás, um ônibus despencou num vão entre dois prédios na Rua Joaquim Murtinho. Uma árvore impediu que o coletivo esborrachasse e, por sorte, não houve vítimas.
Infelizmente, desrespeitar regras de conduta e as leis do trânsito não é privilêgio dos motoristas da Transurb. Não são poucas as reportagens que denunciam excesso de velocidade por parte dos motoristas. A prefeitura, recentemente, estabeleceu velocidade máxima na cidade de 50km para evitar abusos na faixas seletivas (Bus Rapid Service). Quem respeita?
É bom ressaltar, outra vez: a velocidade máxima em Santa Teresa é de 40km. Será que vamos ter que assistir a outro acidente com vítimas para que as autoridades atuem com rigor no sentido de forçar os motoristas a cumprir legislação? Será que usuários, em Santa Teresa e em outros bairros, continuarão dependendo da sorte para entrar e sair vivos de reles viagens de ônibus?
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