“Quem indicia o Ministério Público por não executar a sentença que obrigava o governo estadual a recuperar os bondinhos?” Os dizeres da faixa aberta em frente ao MP, na tarde desta sexta-feira (11/04), marcaram manifestação contra denúncia do Ministério responsabilizando cinco funcionários e o mortorneiro Nelson pelo acidente ocorrido no dia 27 de agosto de 2011 quando seis pessoas morreram e mais de 40 feridos ficaram feridos. A AMAST, que organizou o ato de desagravo aos trabalhadores do bonde, em frente ao MP, destaca que não foram denunciados os gestores que tinham “o poder e o dever de realizar os investimentos necessários para evitar acidentes”.
“É um equívoco que causou surpresa à população. Não foi feita uma análise com profundidade sobre o acidente. Faltou seriedade na decisão de denunciar os trabalhadores. A sociedade está reclamando, com razão, do procedimento adotado pelo MP”, afirma o vereador Eliomar Coelho, que participou do protesto marcado para a tarde de hoje, ao lado do deputado federal Chico Alencar (PSOL) e do deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL).
A AMAST também corrobora a opinião do parlamentar. A Associação de Moradores e Amigos de Santa Teresa afirma que a denúncia é equivocada pois “considera que os funcionários deveriam ter retirado os bondes de circulação, ignorando que esta era uma decisão política que a cúpula da Central e da secretaria de Transportes jamais tiveram a coragem de bancar”. Segundo a entidade, a acusação afirma, injustamente, que os gestores Júlio Lopes (secretário estadual de Transportes), Sebastião Rodrigues (Presidente da CENTRAL) e Engenheiro Fábio Tepedino (Diretor de Operações) não sabiam que o sistema de bondes precisava de manutenção porque os funcionários não os avisaram por escrito. A AMAST ressalta que, em 2003, moveu inquérito e, em 2008, entrou com ação judicial junto ao Ministério Público a fim de que a secretaria fosse obrigada a recuperar o sistema de bondes.