Leonardo Boff sempre acreditou que é impossível separar libertação pela fé da política, separar fé de engajamento social. Artífice da Teologia da Libertação, que fez a opção pelos pobres e contra a pobreza, foi um dos mentores das Comunidades Eclesiais de Base (as Cebs) que pregam a luta por uma sociedade mais justa e humana, onde excluídos não devem simplesmente aceitar a condição de miséria e devem buscar justiça social.
Autor de mais de 60 livros nas áreas de Teologia, Ecologia, Espiritualidade, Filosofia, Antropologia e Mística, Boff foi punido pelo Vaticano, em 84, ao escrever a obra “Igreja Carisma e Poder”. A sentença foi um ano de silêncio obsequioso. Pelas críticas contundentes à estrutura da Igreja, recebeu nova reprimenda em 92, quando decidiu se afastar da Ordem dos Frades Menores (os franciscanos).
Seguindo a vocação de religioso-educador, Boff deu aula de Teologia e Espiritualidade em vários institutos do Brasil e exterior. Lecionou nas Universidades de Lisboa (Portugal), de Salamanca (Espanha), de Harvard (EUA), de Basel (Suíça) e de Heidelberg (Alemanha). É doutor honoris causa em Política pela universidade de Turim, na Itália, e em Teologia pela universidade de Lund na Suécia e foi professor emérito da Uerj. Hoje, segue escrevendo e dando relevantes palestras.
Resgatando uma iniciativa do então vereador Chico Alencar – atual deputado federal pelo PSOL-, entregaremos a Medalha Pedro Ernesto ao teólogo Leonardo Boff, na próxima segunda-feira, no plenário da Câmara Municipal, às 18h. Uma justa homenagem a quem recebeu, em 2001, na Suécia, o Right Livelihood (Correto Modo de Vida), conhecido como o Nobel alternativo.