Linha 4 em tripa, não! Para não lotar! Queremos o Metrô em rede! Esse é o slogan da campanha que o mandato Eliomar Coelho lança para reforçar a luta da sociedade civil organizada que exige a adoção de um traçado em rede.
Engajado no movimento “O Metrô que o Rio precisa”, nosso mandato vem participando das audiências públicas com o governo estadual e das manifestações que denunciam a sobrecarga que o Metrô sofrerá caso seja implantado o projeto do governo estadual para a Linha 4. A proposta do governo cria uma tripa e transforma a Linha 4 em mero prolongamento da Linha 1 (veja mapas abaixo).
O traçado que a sociedade civil quer, e que nós apoiamos, parte da Carioca com paradas em Laranjeiras, Dona Marta, Humaitá, Jardim Botânico e Gávea. A estação Gávea, prevista no projeto do governo, não terá dois níveis o que impedirá a integração, no futuro, à Linha 1 Circular.
A Linha 4 que o governo quer construir – que liga uma estação na Praça General Osório, em Ipanema, a outra no Jardim Oceânico, na Barra da Tijuca – provocará ainda mais aperto no Metrô que já anda lotado. Em protesto bem humorado realizado em Copacabana, o movimento “O Metrô que o Rio precisa” mostrava, em um vagão improvisado, como seis pessoas viajarão espremidas em um metro quadrado.
O Ministério Público também defende a tese de superlotação apoiado em estudo do Gate (Grupo de Atuação Técnica Especializada) do MP — que indica risco de explodir a lotação no projeto de expansão da rede metroviária defendido pelo governo.
Com apoio de 16 associações de moradores, o promotor Carlos Frederico Saturnino, da 1ª Promotoria de Tutela Coletiva do Meio Ambiente, recorreu à Justiça pedindo a paralisação das obras. O promotor aponta irregularidades no EIA-Rima (Estudo de Impacto Ambiental) e solicitou que parte do traçado da Linha 4 não receba licença ambiental.
O mais absurdo é que, a despeito do clamor da população e de tantas evidências contrárias, o governo continua irredutível na proposta prometida ao Comitê Olímpico Brasileiro. O secretário da Casa Civil, Régis Fichtner insiste em dizer que o traçado da Linha em tripa atenderá a um maior número de pessoas.
Nem é preciso ser técnico para perceber a falácia. Basta olhar os dois mapas acima, elaborados pelo “Metrô que o Rio precisa”, e fica evidente que a sociedade civil está certa.