Para nosso mandato a educação religiosa e confessional deve se dar a partir da família ou em espaços privados próprios. É uma questão de foro íntimo, particular. As disciplinas de história e sociologia já abordam o tema da religiosidade expondo sua diversidade e as diferentes interações das religiões na história da humanidade. A discussão em ambiente escolar pode e deve abordar esse tema, através de uma perspectiva sociológica.
A escola pública é e deve permanecer laica, como um espaço de respeito à pluralidade e diferentes pensamentos.
Vivemos um momento onde uma onda conservadora, através da atuação de grupos fundamentalistas, tem estimulado, exatamente, a intolerância religiosa, principalmente em relação às religiões de matriz africana. Professores têm sido perseguidos e tenta-se proibir a discussão de gênero e sexualidade, tão importante.
A adoção do ensino confessional – permitido em recente decisão do STF nas escolas públicas – vai reforçar esse comportamento de ódio e disputa de grupos religiosos em detrimento de uma educação laica, democrática, socialmente referenciada e emancipatória.