Enfim, o carnaval acabou, ontem, com a passagem do Monobloco no Centro da Cidade, que arrastou 500 mil pessoas. Mas o assunto continua vivo. A organização do carnaval de rua já é motivo de discussão entre a prefeitura e a secretaria municipal de Turismo. Fundadores e diretores de blocos também precisam ter voz neste debate. Afinal, o carnaval de rua é do povo.
A multiplicação no número de blocos e o gigantismo inesperado de algumas agremiações provocaram queixas de moradores, especialmente na Zona Sul do Rio. Este ano, a prefeitura autorizou a saída de 424 blocos em toda a cidade, número que alguns consideram excessivo. Para 2012, já se fala em redistribuir os blocos.
Um fato é inexorável: o Rio está revivendo o carnaval de rua, que cresce a cada ano e não atrai apenas turistas estrangeiros. A cidade ficou repleta de foliões de outros estados que querem se esbaldar aqui. É nossa festa mais democrática, não importa se quem brinca é pobre ou rico, se veste ou não fantasia. Vai quem quer e este caráter tem que ser preservado. Sou contra qualquer tipo mercantilização ou viés comercial que retire a espontaneidade.
Importante considerar a identificação das agremiações com a história do bairro onde surgiram, caso de blocos como o Simpatia É Quase Amor, Suvaco do Cristo, Bloco da Segunda e o Escravos da Mauá, que são clássicos e pioneiros.
Estamos assistindo também a volta dos bailes, sem apelos ou baixarias. E nesta onda, quem sabe não teremos novas marchinhas se transformando em clássicos atuais? Se não cabe mais às rádios divulgar novas músicas, quem sabe as orquestras nos bailes não o farão? Neste sentido, o renascimento do carnaval é muito saudável.
O grande desafio agora é como melhor organizar o carnaval sem interferir justamente no perfil livre, espontâneo e liberal da festa. E você? O que acha? O número de blocos na Zona Sul deve ser reduzido? Como evitar o caos e os nós no trânsito?
6 Responses to Opine: carnaval de rua carioca