Os ciclistas perderam o Velódromo da Barra; os remadores continuam sem Centro de Treinamento. E nadadores e corredores estão prestes a ficar sem lugar para treinar se forem demolidos o Parque Aquático Júlio Delamare e a pista de atletismo Célio de Barros. Não é um paradoxo na cidade que sediará as Olimpíadas daqui a menos de quatro anos?
Centenas de ciclistas estão revoltados com o fechamento da pista na Barra. E até os atletas da ginástica artística serão prejudicados porque o Centro de Treinamento desta modalidade, criado pelo próprio COB dentro do Velódromo, só funcionará até o próximo dia 08/02. O presidente da Federação de Ciclismo do Rio de Janeiro, Cláudio Santos – que é a favor de uma reforma ao invés da desativação do equipamento – afirmou, na mídia, que desconfia de interesses empresariais em área supervalorizada.
Enquanto deixamos nossos atletas sem infraestrutura para treinar, a Grã-Bretanha investe em novos projetos para identificar e desenvolver atletas desde 2009, quando foram anunciadas as Olimpíadas 2016 no Rio de Janeiro. No Remo, por exemplo, foram criados 10 programas de iniciação de atletas baseados em clubes ou universidades que concordaram em sediar um centro de treinamento.
O então presidente Lula, com lágrimas nos olhos, afirmou que “é preciso evitar que gringo leve medalha” na cerimônia de escolha da cidade-sede, há três anos.
Pela falta de sensibilidade, compromisso, estratégia e investimento, difícil acreditar que o Brasil conseguirá chegar perto do resultado obtido pelo país-sede das Olimpíadas em 2012. Mais fácil a Grã-Bretanha obter, também aqui, uma bela coleção de medalhas porque soube investir muito antes dos Jogos em Londres e continua investindo depois.