A data oficial da criação da Real Biblioteca no Brasil (atual Biblioteca Nacional) é 29 de outubro de 1810, dois anos e sete meses depois do desembarque no Rio de D. João VI e sua corte. Com a comitiva, vieram 60 mil peças, entre livros, manuscritos, mapas, estampas, moedas e medalhas. O local escolhido foi onde funcionava o Hospital da Ordem Terceira do Carmo, na Rua Direita (atual Primeiro de Março). Seu acervo atual é de 9 milhões de itens. É considerada pela Unesco uma das maiores bibliotecas do mundo e é a maior da América Latina.
A origem da Biblioteca Nacional do Brasil passa pelo nome de Diogo Barbosa Machado, mais conhecido como Abade de Santo Adrião de Sever. Em 1770, ele doou sua coleção de livros para a reconstrução da Real Biblioteca de D. José I, cujo prédio foi destruído por incêndio provocado pelo terremoto de Lisboa de 1º de novembro de 1755.
Brasil compra a biblioteca
Em 1822, a Real Biblioteca passa a se chamar Biblioteca Imperial e Pública. Três anos depois a biblioteca é comprada pelo Brasil por 800 réis, um dinheirão à época. Em 1855, muda-se para a Rua da Lapa (atual Rua do Passeio), onde abriga a Escola de Música da UFRJ. Em 1876, recebe seu nome definitivo: Biblioteca Nacional (BN). Em 1905, é lançada a pedra fundamental do novo prédio, na Avenida Central (atual Rio Branco), que é inaugurado em 1910, 100 anos após a fundação da biblioteca.
O prédio foi tombado pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) em 1973. Em 2006, foi criada a Biblioteca Nacional Digital (BNDigital), ação que coloca a Biblioteca Nacional na vanguarda da América Latina, elevando a BN ao nível das maiores bibliotecas do mundo. Com a digitalização de seus acervos, é facilitado o acesso a obras e serviços pela internet.
No acervo de obras raras, foi preservada uma grande coleção de documentos escritos chamados “folhetos”. São 146 tomos que, organizados por temas, compreendendo mais de três mil documentos de tamanhos variados. Os impressos abordam o período que vai de 1505 até 1770, ano da transferência da livraria do Abade de Santo Adrião de Server para a Real Biblioteca em Portugal. Os folhetos foram restaurados em meados do século XX.
A arquitetura do prédio chama atenção pela sua arquitetura imponente, obras de arte e suas salas monumentais, porém a fachada está coberta por panos há mais de um ano por causa de obras de restauração.
Curiosidades: o decreto que criou a biblioteca determinava que ela fosse aberta apenas aos estudiosos. Quatro anos depois, em 1814, foi aberta ao público.
A Fundação Biblioteca Nacional funciona na Avenida Rio Branco 219, no Centro. De 3 de agosto a 30 de setembro funciona em regime especial de atendimento por causa da Olímpiada e Paraolimpíada. Mais informações no portal https://www.bn.br/
Mais sobre Diogo Barbosa Machado, o Abade de Santo Adrião de Sever.
https://bndigital.bn.br/projetos/200anos/diogoBarbosa.html
Foto: Antonio Luiz Ferreira (1902). Sala principal de leitura. Acervo FBN.