Trabalhadores na sacada do Cordão do Bola Preta, na Rua Treze de Maio, Centro. Este ano, o bloco mais antigo e tradicional do Rio completou 100 anos. O desfile “Tradição, Paz, Amor e Folia” arrastou uma multidão de foliões, entre a Rua Primeiro de Março e a Av. Presidente Antônio Carlos, no Centro do Rio.
O bloco alvinegro, que abre oficialmente o carnaval carioca, foi fundado por um grupo de 18 foliões, amigos de boemia, em 1918. O Bola Preta apresenta uma história de resistência, que teve início na sua fundação, que contrariou ordem da polícia da época que proibia a criação de cordão de carnaval. Sempre enfrentando muitas dificuldades para se manter em atividade, só ganhou sede própria mais de trinta anos após a sua fundação: em 1949. E foi graças a união de sócios bolapretenses. Eles tornaram possível a compra do terceiro andar de um edifício da Rua Treze de Maio esquina com Evaristo da Veiga. Lá, funcionou até 2008, quando perdeu sua sede, leiloada por questões judiciais.
O desfile acontecia na Cinelândia. Em 2012, passou a desfilar na Candelária, e, logo depois, na Avenida Rio Branco, antes de ir para a Antônio Carlos. O hino da agremiação é a famosa marcha composta por Nelson Barbosa e Vicente Paiva “Segura a chupeta”.
A sede atual funciona na Rua da Relação 3, Lapa, onde neste ano foi realizado o baile do centenário do Bola Preta (13/2), com direito a baile infantil.
Os fundadores do Cordão do Bola Preta são Álvaro Gomes de Oliveira (Caveirinha, em pé no centro), Francisco Brício Filho (Chico Brício), Eugênio Ferreira, João Torres e os três irmãos Oliveira Roxo, Jair, Joel e Arquimedes Guimarães. Reza a lenda que o nome do Cordão do Bola Preta foi dado por Caveirinha, quando viu passar uma mulher muito bonita com um vestido branco com bolas pretas.