Alguém conhece um edifício chamado Joseph Gire? Dificilmente. Mas e se trocarmos o nome para A Noite? Muitos certamente se lembrarão dele, na Praça Mauá, onde funcionou a Rádio Nacional, na era de ouro do rádio brasileiro. Quando foi construído no fim da década de 20 do século passado, era o maior prédio da América Latina. Além disso, é considerado um marco arquitetônico.
Com seus 22 andares e mais de 100 metros de altura, o prédio, na época, era considerado um arranha-céu. Construído entre 1927 e 1929 em uma das extremidades da Avenida Central (atual Av. Rio Branco), recebeu o nome de um dos seus projetistas, o arquiteto francês Joseph Gire, também responsável pelo Copacabana Palace. O outro autor do projeto arquitetônico é o arquiteto brasileiro Elisário Bahiana. As fachadas e áreas internas possuem influência do estilo art decó, apesar de reformas terem descaracterizado o projeto original.
No edifício, funcionou o vespertino “A Noite”, que acabou dando o nome ao prédio. Já sem o jornal, a partir de 1937 abrigou a Rádio Nacional, que atingiu seu auge com programas de auditório e radionovelas. Dentre os programas humorísticos, podemos destacar o “Balança mas não cai”, que fez grande sucesso tanto na rádio como na TV.
Ali também funcionava uma representação do Ministério da Indústria e Comércio. Também foi sede do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), além de empresas e restaurantes.
Segundo alguns especialistas, o prédio deu início ao processo de verticalização da cidade, seguindo o padrão americano, em detrimento do modelo europeu.
Foto de 193?
http://brasilianafotografica.bn.br/brasiliana/handle/bras/3713