Elas eram jovens, sonhadoras e consideradas um bom partido. Alunas do disputado Instituto de Educação, na Tijuca, tinham que estudar até anatomia. De estilo colonial, a instituição viveu seus “anos dourados” das décadas de 40 a 60. A famosa “Festa do Adeus” marcava a despedida das normalistas.
Criado em 5 de abril de 1880, como Escola Normal da Corte, o Instituto de Educação só passou a se chamar assim cinquenta e dois anos depois, em 19 de março de 1932. De estilo neocolonial, a centenária escola abriga atualmente o Iserj (Instituto Superior de Educação do Rio de Janeiro).
No prédio de estilo neocolonial, que mistura o tradicional e o moderno, as maçanetas das portas eram de bronze e as paredes das salas de aula, com mais de 50 centímetros de espessura, à prova de som. Os corredores, espaçosos, foram projetados para proporcionar aos alunos a sensação de liberdade total de movimento. Na varanda do terceiro andar, a parte de baixo das telhas das extremidades foi decorada com porcelana. Na cerâmica, foram pintadas corujas, que é o símbolo da filosofia. No pátio central, ainda se destaca o antigo chafariz.
O Instituto de Educação atingiu o auge da década de 1940 à de 1960, sendo reconhecido pela dificuldade para passar na prova de admissão e pelo seu ensino de qualidade, que incluía anatomia. Significava a concretização de um sonho estudar no Instituto de Educação. A famosa “Festa do Adeus” marcava a formatura (e a despedida) das normalistas.
Em 1997, o Instituto de Educação foi transferido para a Faetec (Fundação de Apoio à Escola Técnica), vinculada à Secretária de Ciência e Tecnologia, e passou a se chamar Instituto Superior de Educação do Rio de Janeiro (Iserj).
O Curso Normal, oferecido pelo Instituto de Educação, foi transformado em Curso Normal Superior, tendo início em junho de 1999.
Atualmente, além de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio (Formação Geral e Cursos Técnicos), oferece graduação em pedagogia e pós-graduação em Educação Museal e Metodologias do Ensino de Ciências Naturais.
O Iserj funciona na Rua Mariz e Barros (antiga Rua Nova do Imperador) 273, Tijuca, na Zona Norte.
Curiosidade: Diversas personalidades passaram por lá. Dentre elas, o Dr. Albert Sabin, que inventou a vacina em “gotinha” contra a polimielite. Sabin era casado com uma brasileira e visitou a escola na década de 70.
Benjamim Constant Botelho de Magalhães, militar, engenheiro, político e professor, foi o primeiro diretor da Escola, de 1880 a 1885.
A Rua Mariz e Barros é uma homenagem ao capitão-tenente Antônio Carlos de Mariz e Barros da Marinha brasileira. Ele comandou o Encouraçado Tamandaré e morreu em combate, aos 31 anos, na Guerra do Paraguai.
Foto do boletim: ioerj.com.br