Rio Antigo, toda sexta!

Estamos vivendo um novo Bota Abaixo?  O prefeito já ganhou, de alguns, o apelido de novo Pereira Passos, responsável por uma profunda reforma urbana que resultou na abertura da Avenida Central (atual Rio Branco). Em 1921, o então prefeito do então Distrito Federal, Carlos Sampaio, decretou o fim do Morro do Castelo, que era visto como o símbolo degradado do condenado passado colonial português. A demolição do morro iniciou-se com a abertura da avenida, em 1904.

Veja o comentário do geógrafo Paulo Cezar de Barros: “os discursos higienista e estético que legitimaram as reformas de Passos e Sampaio transformaram as áreas centrais através de várias “cirurgias” urbanas, onde se concentravam as camadas populares da cidade.  Entretanto, para os trabalhadores, interessava residir no centro pois era ali que se concentrava a oferta de emprego.  Além disso, o custo e precariedade dos sistemas de transportes, contribuíam para a sua resistência em permanecer na área central.”

O relato não faz pensar no processo de remoção de moradores das comunidades de Vila Recreio II, Vila Harmonia e Restinga, para construção da Transoeste – corredor expresso com ônibus articulado que ligará Campo Grande e Santa Cruz à Barra Tijuca?

Abaixo, foto do alto do Morro do Castelo, em 1920. Ao fundo, a Baía de Guanabara.


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