O Maracanã será abraçado no próximo sábado (3/12) às 10h. O vereador Eliomar Coelho e o deputado estadual Marcelo Freixo – ambos do PSOL – participam do ato público em defesa do estádio. É a campanha “O Maraca é nosso” contra a privatização do estádio organizada pelo Comitê Popular Rio, Copa e Olimpíadas.
– Nós vamos ganhar um Maracanã desfigurado que não representa a sua história. O estádio é um bem tombado. Modificar o projeto original é um desrespeito – sustenta Eliomar. Para ele, o estádio jamais poderia perder sua marquise – que é marca registrada.
Tão grave quanto essa descaracterização, segundo o parlamentar, é a intenção já anunciada pelo governo de privatizar o Maracanã em 2013, antes mesmo da Copa das Confederações. A justificativa, segundo a secretaria de Esportes e Lazer, é que a receita do estádio quadruplicaria. O contribuinte paga a conta da reforma para a iniciativa privada ficar com o lucro, denuncia o Comitê Popular Rio, Copa e Olimpíadas.
A campanha “O Maraca é nosso” questiona os seguintes pontos:
– Mau uso do dinheiro público: de 1999 a 2006, foram gastos cerca de 400 milhões de reais em reformas que prometiam deixar o Maraca pronto para a Copa de 2014. Agora decidem colocar tudo abaixo e construir um novo estádio por mais de 1 bilhão;
– Privatização do Maracanã: após as centenas de milhões das reformas e o bilhão da reconstrução, não faz sentido um patrimônio público, de todos os cariocas, ser repassado para a iniciativa privada, que não investiu no estádio mas está a postos para embolsar o lucro gerado por ele. O Maraca é da população e não pode ser vendido;
– Elitização do Maracanã: eEstá cada vez mais caro frequentar e assistir futebol ao vivo, o que tem afastado boa parte da população dos estádios. A geral, espaço tradicional de participação popular, com ingressos a preços acessíveis, já havia sido extinta. Além disso, recentemente, mais de 100 mil pessoas assistiam ao jogo com segurança no estádio, mas com cadeirinhas acolchoadas e lugares marcados, cairá praticamente pela metade a capacidade de público e menos pessoas poderão ver o jogo. Exigimos preços populares e o aumento da capacidade de público do projeto do novo estádio;
– “Europeização” do Maracanã: Sem a geral, morrem as manifestações populares bem-humoradas. Agora, botam abaixo também as arquibancadas, espaço coletivo de criação, para a construção de um Maracanã inteiro com camarotes, cadeiras numeradas e lugares marcados, inviabilizando nossas formas tradicionais de torcer, com mobilidade dentro do estádio, coreografias, intrumentos musicais, bandeiras… Queremos respeito à nossa cultura de torcedor e exigimos a inclusão de setores populares no projeto do novo estádio;
– Descaracterização arquitetônica do Maracanã: o estádio, que é um patrimônio histórico e cultural tombado, está sendo descaracterizado para se transformar em uma “arena” em beneficio de espaços vip. O Maracanã não pode virar shopping center;
– Remoção de famílias do entorno: comunidades de baixa renda estão tendo seu direito à moradia violados para dar lugar a estacionamento gigantescos. Achamos a habitação para pessoas um legado mais importante do que vagas para carros.