A apelação ao judiciário, por parte do Governo do Estado, contra a implementação da Tarifa Social nas barcas de Charitas nos leva às seguintes constatações, umas novas, outras nem tanto:
1. A judicialização da política só é vista como “errado”, “apelativo”, “desnecessário” quando parte daqueles que defendem a manutenção ou a ampliação de direitos para quem trabalha e paga imposto. Quando é pra defender os interesses dos mais ricos e poderosos, não há qualquer pudor em apelar ao Poder Judiciário;
2. Um governo já em final de mandato ter a “coragem” de defender interesses diretos das concessionárias que operam um serviço fundamental como o transporte público hidroviário, só nos demonstra que as grandes redes de poder e influência do empresariado sobre gestores públicos ainda estão longe de serem desbaratadas;
3. A luta pelo direito de ir e vir não pode ter descanso! Precisamos estar atentos aos movimentos deste e do próximo governo, cujos indícios, já na transição, demonstram que será muito mais de continuidade das atuais relações estranhas com o setor privado do que a suposta ruptura prometida na campanha eleitoral.
Vale lembrar que esta matéria foi votada em dois turnos pela Alerj. Aprovada, o governo vetou e o veto foi derrubado pelo plenário, o que demonstra a força política e a necessidade da população por uma nova forma de gerir o sistema. A judicialização desta questão, apesar de ser um direito do Poder Executivo, é politicamente ofensiva para a nossa população.
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