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Tranporte público: que licitação queremos?

O sistema de ônibus é o modal mais utilizado pelos cidadãos cariocas. Nossa população depende dos ônibus para viver. Infelizmente, o sistema é tão essencial quanto mal gerido. Temos um transporte desconfortável, ambientalmente insustentável, quase nada integrado e caro.

Entre a implementação do Real (julho de 1994) e o último aumento da tarifa (dezembro de 2008), tais aumentos acumularam mais de 500% enquanto o IGP-M ficou próximo de 300% no mesmo período.

Ao longo de mais de dez anos de trabalho parlamentar, minha equipe dedica-se a encontrar soluções para o sistema de transporte. Elaboramos um extenso relatório com dezenas de propostas objetivas, resultado de análises técnicas, debates públicos e diálogos com diversos setores, de usuários a especialistas acadêmicos, de gestores públicos a operadores. É este documento que entrego amanhã, em mãos, ao secretário municipal de Transportes, Alexandre Sansão.

Tais avaliações demonstram claramente que o grande problema do atual sistema de transporte na cidade do Rio de Janeiro não é tecnológico, mas de gestão, ou seja, a necessidade de um outro marco regulatório, da realização de licitações efetivas, de planejamento e avaliação do sistema por parte do Poder Público Municipal.

A sociedade carioca e, principalmente, o Poder Público Municipal devem reconhecer a oportunidade histórica aberta para a construção de um novo modelo que garanta a transparência na elaboração das planilhas de custo (o que permitiria tarifas mais baratas), que estabeleça parâmetros de qualidade do serviço. Com transparência, poderemos fazer valer os direitos dos usuários de ônibus, respeitando as gratuidades, operando com tarifas acessíveis a toda a população e com veículos menos poluentes.

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