A UFRJ desenterrou um assunto polêmico: as cotas. Comissões do Conselho Universitário da instituição de ensino superior aprovaram a proposta de adoção de um sistema de cotas, formulada pelo professor Marcelo Paixão, do Instituto de Economia. Mas para esta ação afirmativa ser implementada é preciso que, antes, seja aprovada pelo Consuni, um fórum formado por professores, funcionários e estudantes. E o tipo de cota a ser adotada (racial, social, para estudantes da rede pública ou bônus no vestibular) passará por amplo debate, caso a proposta seja ratificada pelo Consuni.
As estatíticas apontam para uma grande desigualdade. Segundo Marcelo Paixão, apenas 7% dos jovens brasileiros negros e pardos, entre 18 e 24 anos, estão na universidade. Nas instituições públicas brasileiras, 60% dos estudantes são brancos enquanto 38,4% são negros. Nas particulares, não é muito diferente: 66,2% são brancos e 32,7% são negros. Os dados são do Censo de Educação Superior 2008 e da PNAD (IBGE), tabulados pelo Laboratório de Análises Econômicas, Históricas, Sociais e Estatísticas das Relações Raciais (Laeser), do qual Paixão é coordenador.
O panorama do vestibular 2009 da UFRJ também revela um quadro desigual. O número de brancos aprovados no vestibular é 58% maior do que o número de negros aprovados. Sabemos, é claro, que se não houver investimento na educação pública, melhoria do ensino na base, não se promoverá o acesso à universidade para estudantes de família de baixa renda. Sabemos que no funil do ingresso à universidade, quem tem direito à boa formação de cursos pré-vestibulares e escolas particulares, sempre leva vantagem.
Mas, considerando os dados divulgados pelo professor Marcelo Paixão, deixo a pergunta: você é a favor do sistema de cotas? Responda na enquete abaxo se você apóia ou não as cotas. E, se você apóia, escolha qual o tipo de cota mais justa, na sua opinião.
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