Sobre a polêmica envolvendo a Orquestra Sinfônica Brasileira – que teve 36 de seus músicos demitidos de forma arbitrária – quero frisar que estamos ao lado dos músicos, sem pestanejar. Quem ocupa cargo público eletivo tem que tomar posição. É assim que pensa o nosso partido, o PSOL.
Temos que abrir essa caixa preta que é a OSB. A prefeitura do Rio, através da secretaria municipal de Cultura, tem que se posicionar e dizer de que lado está. É urgente suspender todos os repasses e apoios que a prefeitura dá à Fundação até que seja encontrada uma boa solução para os músicos e para a crise que se instalou.
É preciso fazer uma grande prestação de contas dos recursos repassados para a OSB, seja verba direta ou angariada via leis de incentivo fiscal, e saber com que finalidade foi usado esse dinheiro. É um absurdo que a OSB faça audições em Londres e Nova Iorque com dinheiro público brasileiro para contratar músicos estrangeiros e colocar no lugar dos demitidos.
Imagino que para os músicos demitidos este momento deve ser um terrível pesadelo porque no mercado musical cada vez mais restrito, um emprego como integrante de uma das melhores orquestras do mundo é um privilégio.
Porém, seja qual for o desfecho desse imbróglio, vejo algo positiva: houve uma revolução no meio musical. Foi, que eu me lembre, a primeira grande demonstração de união da classe musical brasileira. E esperamos que isso abra portas para tantas outras lutas importantes como o debate sobre a revisão da OMB (Ordem dos Músicos do Brasil); a luta contra a exploração que os músicos sofrem nas casas que não repassam devidamente o couvert artistico; a necessidade de abrir a caixa preta do ECAD e conseguir um controle fiscalizador sobre o órgão; a busca pelo orçamento mínimo, tanto na esfera fedral quanto nas estaduais e municipais, de 1% para a Cultura – que ainda assim é uma migalha.
Outras tantas batalhas podem ser encampadas pela classe musical. Porém, para que essas lutas se transformem em realidade, os músicos devem ser mais ativos na vida política da classe. Juntos, eles podem construir um sindicato cada vez mais forte e atuante, ampliando mais vitórias como a conquista do Plano de Previdência através do convênio com a PETROS .
É preciso também que o parlamento tome atitudes propondo leis e debates que possam melhorar as condições de trabalho dos profissionais do setor. Nosso mandato, que tem a Cultura como uma das prioridades de atuação junto com a política urbana e a política educacional, está solidário aos músicos e fará o que for possível para que as demissões sejam revertidas.
No âmbito da Câmara Municipal, trabalharemos junto com os integrantes da Frente Parlamentar pela democratização da Comunicação e Cultura, analisando e acompanhando com atenção esse caso. A OSB não pode acabar. Não pode continuar do jeito que está. Muito menos, do jeito que desejam seus diretores.
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