O Comitê Popular Rio Copa e Olimpíadas lançou a segunda versão do “Dossiê Megaeventos e Direitos Humanos no Rio de Janeiro 2013”. Desta vez, o relatório traz informações atualizadas e conclui que os impactos das intervenções urbanas envolvem processos de exclusão social que distanciam a cidade da integração social. “Para se ter uma ideia, as informações disponíveis possibilitam estimar gastos da ordem de um bilhão de reais com as desapropriações, apenas para a implantação dos BRTs – Bus Rapid Transit”, afirma o relatório.

Com farto material fotográfico, o dossiê de 140 páginas tem 10 capítulos e aborda questões como mobilidade e as violações ao direito à moradia – com uma longa lista de todas as comunidades que vêm sofrendo processos de remoção. Trata ainda da questão da segurança pública onde pontua que “não é por acaso que quase todas as primeiras 18 UPPs foram instaladas em favelas existentes nas regiões mais nobres da cidade, formando um cinturão associado explicitamente às áreas das competições olímpicas”.

O dossiê também focaliza, a valorização imobiliária e a participação do BNDES quando sugere que “o financiamento quase que exclusivamente público dos projetos relativos à Copa do Mundo em 2014 e as Olimpíadas, que já acumulam importantes passivos sociais, ambientais e econômicos, impõe questões que precisam ser encaradas e respondidas pelo estado e pela sociedade brasileira”.

Destacando que o governo estadual ignorou o movimento contra a privatização do Maracanã, a demolição do Complexo Esportivo do estádio e a permanência da Aldeia Maracanã, o dossiê propõe a consulta pública “Qual Maraca você quer?”. Transoeste e Transolímpica e a construção do campo de golfe na APA Marapendi são analisadas no capítulo Meio Ambiente. Vale a pena ler o documento.