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Debate endossa nome de João Saldanha para rebatizar Engenhão


Sai João Havelange, amigo de Videla. Entra João Saldanha, inimigo de Médici. O debate sobre o projeto de lei que propõe a troca do nome do Engenhão para Estádio Municipal Olímpico João Saldanha endossou a coerência da proposta dos vereadores Eliomar Coelho, Paulo Coelho e Renato Cinco (PSOL).

Participaram do encontro, o pesquisador Raul Milliet Filho, sobrinho do comentarista esportivo, Adalberto Leite Martins, ex-goleiro do Botafogo, Nelson Rodrigues Filho, Gustavo Mehl, do Comitê Popular Rio Copa e Olimpíadas, e o estudante Gabriel Marinho dos Santos, da Frente Nacional dos Torcedores.

“Havelange não tem currículo, tem folha corrida. Saldanha sempre esteve comprometido com as lutas democráticas”, defendeu Eliomar Coelho.

A troca de João no Engenhão ganhou o apoio dos debatedores e da audiência que reuniu, entre os torcedores da proposta, o jornalista Milton Temer, o jogador Afonsinho,o historiador Joel Rufino dos Santos e o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL). Uma moção em homenagem a Saldanha, entregue a Milliet Filho por Paulo Oliveira, secretário político do PCB, já dava mostra da adesão ao projeto na Câmara Rio: o documento foi assinado por mais de 30 parlamentares.

“Como oferecer uma honraria a uma pessoa (Havelange) que foi obrigada a renunciar por que conclusões apontavam crimes na sua administração?”, perguntou Renato Cinco. A Justiça suiça confirmou que o dirigente, e seu ex-genro Ricardo Teixeira, receberam pelo menos R$ 26 milhões de propina da empresa de marketing que detinha os direitos de transmissão da Copa do Mundo entre 92 e 97.

Para Nelson Rodrigues Filho, Saldanha foi uma figura emblemática porque desafiou a ditadura através do futebol. Milliet lembrou da importância do ex-técnico na preparação da seleção brasileira de 70, da qual foi afastado por motivos políticos. Como comentarista, inovou na linguagem e sempre defendeu uma política de esporte voltada para o cidadão, acrescentou.

Paulo Pinheiro listou revisões de homenagens “altamente duvidosas” como a Ponte Salazar, em Lisboa, que virou Ponte 25 de Abril, ou a Ciudad Presidente Stroessner, no Paraguai, que ganhou o nome de Ciudad del Leste depois que o ditador foi derrubado. O projeto de lei dos parlamentares do PSOL tem como objetivo não só homenagear João Saldanha como fazer uma reparação suprimindo o nome de Havelange da fachada do Engenhão.

Foto de Cícero Rodrigues. Veja outras fotos do debate.

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