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Por que inaugurar às pressas BRT que já revela falhas técnicas?

Inaugurado no dia 6 de julho, o BRT foi uma das vedetes da campanha eleitoral de Eduardo Paes à reeleição. Imagens de um coletivo confortável com depoimentos de usuários felizes foram usadas massivamente no horário gratuito. Seis meses depois, o sistema já acumula histórias de mortes, acidentes, superlotação e foi criticado pelo CREA/RJ.

Após avaliação técnica, o Conselho Regional de Engenharia concluiu que há falhas no projeto que explicam, por exemplo, porque em tão pouco tempo a pista já apresenta tantos buracos. Num jogo de empurra, a prefeitura culpa a Sanerio – empresa responsável por parte da obra que já se deteriora. A Sanerio, por sua vez, devolve a bola ao prefeito alegando que foi obrigada a acelerar o serviço.

A pista foi construída em área de muita chuva e tudo indica que o BRT foi concluído sem um trabalho eficiente de drenagem e fiscalização por parte da prefeitura. Na análise feita pelo engenheiro Antônio Eulálio, do CREA/RJ, a pedido do jornal O Globo, o técnico sugere que faltou a camada de resistência porque os buracos estão se abrindo exatamente onde passam os pneus dos ônibus na pista.

Infelizmente, os erros no sistema causaram mais que buracos e superlotação. Uma sucessão recorrente de colisões vêm sendo registradas no BRT como já denunciamos aqui em agosto. Cinco pessoas morreram em acidentes na BRT Transoeste. Vale lembrar que não houve EIA/Rima – Estudo de Impacto Ambiental – antes da execução dos 52km da obra que resultou na remoção de centenas de famílias.

Não bastassem todos estes problemas, o tão propagandeado BRT vive superlotado. Com menos de um ano de operação, o sistema já não dá conta de sua demanda que cresceu 77% entre julho e novembro. As cenas nos coletivos não são diferentes do que se vê no Metrô e trens nos horários de pico.

Com a inauguração do BRT Transoeste, o prefeito colheu rapidamente os frutos nas urnas. Os usuários estão colhendo agora os frutos de uma obra mal planejada, mal gerenciada e construída às custas de gambiarra em processo de licenciamento ambiental que já havia caducado no Inea (Instituto Estadual do Ambiente).

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