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Opine: licença para Belo Monte

Causou supresa e indignação a notícia sobre a concessão de licença para instalação do canteiro de obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. O Ministério Público Federal do Pará já entrou com 12 ações civis contra o empreendimento. O Conselho Indigenista Missionário denuncia que habitantes nas aldeiras e margens do rio ficarão praticamente sem água em função da redução acentuada do volume hidríco.

O Ibama considera que 40 exigências foram cumpridas pelo consórcio Norte Energia, que ganhou a licitação para a construção da usina. O governo promete para fevereiro de 2015 as primeiras operações de venda de energia. Com potência instalada de 11.233 megawatts (MW), será a usina brasileira com maior capacidade, segundo o Ministério de Minas e Energia, ficando atrás apenas de Três Gargantas, na China, e Itaipu Binacional.

Erwin Krautler

O Ministério Público Federal sustenta que há uma série de irregularidades no processo de licenciamento da usina. Segundo o Cimi, não foi feito nenhum estudo sobre o impacto ambiental em municípios como Senador José Porfírio e Porto de Moz, nem sobre a qualidade de água do reservatório a ser formado.

– Qual será o futuro de Altamira, com uma população atual de 105 mil habitantes, ao ser transformada numa península margeada por um lago podre e morto? – diz Dom Erwin Krautler, bispo do Xingu e presidente do conselho, no artigo “Belo Monte, o diálogo que não houve”, publicado na página da Fundação Lauro Campos.

O bispo ressaltou que na barragem de Tucuruí, os atingidos foram obrigados a abandonar a região “por causa de inúmeras pragas de mosquitos e doenças endêmicas. Será que o mesmo não pode acontecer em Altamira?

Opine: você concorda com a concessão de licença para construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte?

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