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Píer em Y no Porto: quanto vale a palavra do prefeito?

Deu no Extra, no dia 20/11/12 “Prefeito diz ser terminantemente contra píer em Y”. A julgar pelas manchetes recentes, não se pode levar muito a sério as afirmativas de Paes. Ele está negociando, com a Companhia Docas, o apoio ao projeto em troca da abertura dos Armazéns 1 e 2 à circulação do público.

Mesmo com a saraivada de críticas de orgãos como IAB, Conselho Municipal de Proteção do Patrimônio Cultural, secretária municipal de Cultura e de uma dezena de especialistas em urbanismo, Paes insiste. O professor da Faculdade de Arquitetura da PUC, Pedro Rivera, por exemplo, rotulou o projeto de “estrupício”, como já assinalamos em post publicado em novembro do ano passado.

O píer parece só ter mesmo o apoio do prefeito e da Companhia Docas. Até o director-executivo do Museu de Arte do Rio (MAR) afirmou em matéria publicada no jornal O Globo que a proposta desqualifica as intervenções que estão sendo feitas na Zona Portuária e revelou que não havia previsão de tal construção no projeto de revitalização da área a que teve acesso.

O projeto do píer não foi analisado pelo Conselho Municipal de Proteção Cultural. Como os armazéns de 1 a 7 são tombados, qualquer alteração deve ser aprovada pelo órgão. Além disso, também contraria a logística portuária que prevê o estacionamento paralelo de navios no Cais do Porto.

Como já observamos, este é mais um rolo compressor da prefeitura que desdenha da opinião crítica de especialistas e mesmo de autoridades municipais. E ignora a voz da sociedade civil e dos movimentos sociais que protestam contra a demolição do antigo Museu do Índio, do Complexo Esportivo do Maracanã e do autódromo Nelson Piquet, só para citar alguns exemplos!

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