No lugar das árvores, os ônibus. A prefeitura está transferindo várias linhas de ônibus que ficavam na Praça XV e imediações da Avenida Rodrigues Alves para a Avenida Beira-Mar. A mudança está impondo um novo cenário porque a Comlurb vem paulatinamente retirando as árvores da via. A intenção seria construir ali um terminal rodoviário. A denúncia e reclamação foi encaminhada ao mandato por Ricardo Kelsch, um carioca indignado com o extermínio sem razão. Segundo ele, não há doença que justifique a retirada mesmo que a informação oficial negue. Abaixo, leia texto de Ricardo Kelsch.
Prefeitura orquestra crime ambiental no Centro do Rio!
“Recomendo aos órgãos públicos ou privados ambientais e aos órgãos de controle da prefeitura do Rio que que investiguem o assassinato de árvores na Avenida Beira Mar, no Centro do Rio, onde a prefeitura vem direcionando dezenas de linhas de ônibus, anteriormente instaladas na Praça XV ou nas imediações da Avenida Rodrigues Alves.
Em apenas um mês, na manhã deste domingo (25), a Comlurb assassinou a terceira árvore. Detalhe, mesmo que a informação oficial negue, elas não estão doentes e não ameaçam cair. Apenas estão sendo retiradas para dar espaço aos ônibus.
Trata-se de um grave crime ambiental na Avenida Beira-Mar, inaugurada em 1906 pelo prefeito Pereira Passos, período em que o centro da cidade passou por forte transformação arquitetônica para enquadrar-se as demais capitais mundiais no início do século XX.
A Avenida Beira-Mar, localizada junto ao Parque do Flamengo, de avenida calma e arborizada, está sendo dilapidada aos poucos pela prefeitura com a retirada das árvores, para gradativamente abrigar um terminal rodoviário, sem a apresentação pública de um projeto à população e, principalmente, aos seus moradores há mais de um século.
Questionada nesta manhã, a Comlurb apenas informa retirar as árvores em função do risco de queda, repassando a Fundação Parques e Jardins a responsabilidade de plantar uma nova muda ou não. Questão principal, em apenas um mês foram retiradas três árvores centenárias sem nenhum replantio. A mesma Comlurb rapidamente tem fechado a gola (vão deixado pela árvore retirada) com o calçamento português.
Além de conferir reconhecida beleza estética à Avenida, os ficus microcarpa da Beira-Mar atuam há um século contra a poluição ambiental e sonora, neste grande cinturão verde do Centro do Rio de Janeiro. Aos poucos, a instalação dos ônibus neste local sem nenhum planejamento público ou infra-estrutura adequada para este fim, transformou a Avenida e o Parque do Flamengo tombados em latrina a céu aberto.
Foram colocados alguns horrendos banheiros químicos para o uso dos funcionários das empresas de ônibus. A população usuária desse transporte público vem se utilizando dos jardins do Parque idealizado por Burle Marx para suas necessidades.
A prefeitura abusa da desarticulação dos moradores do Centro do Rio!
Ficam as perguntas:
Por que a Fundação Parques e Jardins não tem feito o replantio das árvores retiradas?
Por que a Comlurb tem calçado os buracos deixados pelas árvores sem acionar a Fundação?
O que o Iphan tem a dizer sobre esse ataque ao patrimônio histórico do Centro do Rio?
Por que a prefeitura não apresenta um projeto público transparente sobre o que pretende fazer com esse cinturão verde no Centro da cidade?”