O Rio de Janeiro é uma cidade cheia de aterros. Hoje, trafegamos por avenidas no Centro do Rio sem pensar que antes eram mar. É o caso da região próxima a Igreja de Santa Luzia que ficava totalmente à beira-mar (foto de George Leuzinger). A Rua Santa Luzia só foi aberta em 1812, para que Dom João VI pudesse transitar de carruagem até alcançar a igreja, que ficava em frente à praia de Santa Luzia. Reza a lenda que Dom João exigiu acesso ao lugar a fim de pagar promessa que fizera, pedindo a saúde do seu neto, Infante D. Sebastião – portador de uma doença desconhecida que atingia seus olhos. Diferentes versões dão conta que a igreja teria sido construída em 1519, a pedido do navegador Fernão de Magalhães, que teria depositado no templo erguido uma imagem de Nossa Senhora dos Navegantes, ou em 1592, com ajuda de frades franciscanos. Oficialmente, foi erguida em 1752, apenas com uma torre. Ganhou a arquitetura que preserva até hoje, com duas torres, depois da reforma realizada em 1872. Os aterros em torno da Igreja foram feitos a partir de 1922, com a demolição do Morro do Castelo, que tornava a praia quase isolada e deserta. Na foto abaixo, a região já completamente transformada, na década de 60. Veja a praia de Santa Luzia de outro ângulo.
- Eliomar Coelho é engenheiro. Deputado combativo e ético, sua atuação política tem como referência a parceria com movimentos populares e como eixo central a defesa de uma política urbana democrática, que privilegie a cidadania e a participação popular. Leia mais
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