O lampião a óleo de baleia foi muito usado na iluminação pública da cidade até a utilização de lampiões a gás em 1854. A aquarela de Debret mostra a troca de um lampião na manhã de um dia do ano de 1826 na Rua da Ajuda, no Centro do Rio. Os vidros dos lampiões, embaçados, emitiam a luz amortecida do “azeite de peixe”.
A troca do óleo do lampião era feita duas vezes ao dia: por meio de uma corda, o lampião era abaixado para ser apagado ao amanhecer e aceso ao anoitecer. A troca era feita por escravos. Um, baixava o lampião; o outro despejava de um grande canjirão (jarro com asa de boca larga), com um funil na ponta, o óleo de baleia. Eles preparavam o candeeiro de quatro mechas na noite que iniciava.
Jean Baptiste Debret (1768-1848) integrou a Missão Artística Francesa de 1816 ao Brasil, que tinha a missão de criar uma Academia de Belas Artes. O pintor francês deu aulas na Academia Imperial de Belas Artes, no Rio, e voltou para Paris em 1831. Debret era considerado um pintor neoclássico, mas alguns analistas classificam seu trabalho entre o neoclassicismo e o romantismo.
Curiosidade: No Rio, em 1798 já existiam alguns lampiões de azeite (baleia ou vegetal). Com a vinda corte portuguesa, em 1808, a cidade ganhou mais lampiões, ficando mais iluminada.
O óleo de baleia também era usado para fornecer combustível para lampiões de casas e ruas até o final do século XIX; e para fabricar sabão e margarina. Também teria sido usado como argamassa na construção civil. Mas há controvérsias.
Foto Marc Ferrez da Av. Rio Branco, início do século XX.
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