Rio Antigo: Praça Saens Peña

Antigo Largo da Fábrica das Chitas (século XIX), no Andaraí Pequeno, em 1911 ganhou o nome de Praça Sáenz Peña, com direito a coreto, um lago nos anos 40 e o chafariz nos anos 70. Mas a grafia que pegou foi Saens Peña, naquela que ainda hoje é o principal centro comercial da Tijuca.

Em 1820, a Tijuca era uma grande área rural, com chácaras e fazenda de café. A fábrica de chita, no Andaraí Pequeno, na verdade, estampava tecidos de chita (algodão barato com estampas de cores fortes) que vinham da Índia.

A partir de 1920, a vocação comercial se manifesta. Nessa época, o local tornou-se um centro de entretenimento, com a maior concentração de cinemas da cidade, superando, inclusive, a Cinelândia. Nos anos 70 e 80, os cinemas de rua foram gradativamente fechados, restando apenas os do shopping do bairro.

O projeto original da praça foi totalmente descaracterizado. Seu autor é o arquiteto e urbanista brasileiro José da Silva Azevedo Neto (1908-1962), que também projetou o Jardim da Alah (Ipanema), as praças Antero de Quental (Leblon), Cardeal Arcoverde e do Lido (Copacabana), General Osório e Nossa Senhora da Paz (Ipanema) e Santo Epitácio, no conjunto do IAPI da Penha.

O entorno da praça foi marcado por construções em estilo Art Déco, que ainda predominava na década de 1930. Vinte anos depois, surgem os edifícios comerciais e residenciais em estilo modernista – influência de Oscar Niemeyer.

O prédio da Casa Granado, inaugurada em 1926, é o único remanescente do estilo neoclássico do século XX.

Atualmente, toda sexta e sábado é realizada uma feira de artesanato no meio da praça.

Curiosidade: o nome da praça é uma homenagem ao ex-presidente argentino Roque Sáenz Peña, que havia visitado o país no ano anterior (1910). Na época, ganhou um projeto paisagístico de inspiração francesa.

Foto: 1940.

 

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