Desde o início da década de 80 é notável a preocupação de setores da sociedade com o destino do patrimônio histórico, artístico, cultural, paisagístico, arquitetônico e ambiental da cidade. Alguns prédios e monumentos de valor inestimável ou incontestável foram tombados com o apoio de parlamentares da Câmara carioca sensíveis à preservação da cidade.
Destacam-se a transformação de Santa Teresa e Grumari em área de preservação ambiental, o tombamento dos prédios do Instituto Lafayette, do Teatro Copacabana e Hotel Copacabana Palace, a Escola Senador Correia, o Cinema Guaraci, dentre tantas iniciativas visando a conter o “progressismo” destruidor de nossa história, de nossa cultura, de nosso desenvolvimento e descaracterizador dos aspectos físicos e arquitetônicos de nossa outrora cidade maravilhosa.
Apresentei projeto de lei que visa tombar construções situadas na Urca que fazem parte da paisagem do bairro e são importantes símbolos da cidade: o antigo Cassino da Urca, a Amurada da Urca, a ponte na Avenida Portugal e o Quadrado da Urca.
O prédio da Avenida João Luiz Alves, nº 13, onde funcionaram o antigo Cassino da Urca e a TV Tupi, integra o Decreto 7451 de 03 de março de 1988, sendo, por tanto, protegido. Mas as notícias de que o prédio deverá abrigar o Istituto Europeo di Design, justificam minha proposta uma vez que o decreto não prevê instrumentos que protejam o bem e seu entorno dos impactos que uma alteração de uso possa provocar. Por fim, cabe ressaltar a ativa participação da população da Urca na produção do projeto de lei.
Participei, junto com a diretoria da Amour, de reunião sobre a instalação do IED com os secretários municipais da Casa Civil, Pedro Paulo Teixeira, do Meio Ambiente, Carlos Alberto Vieira Muniz, e de Transportes, Alexandre Sansão. Fomos informados que Conselho Municipal de Meio Ambiente da Cidade do Rio de Janeiro (CONSEMAC) deu parecer contrário à utilização do imóvel pela escola. A Prefeitura nos assegurou que não concedera alvará de funcionamento ao instituto até que se chegue a uma conclusão sobre a viabilidade ou não de sua permanência no local.
O mais importante a se destacar é que os moradores da Urca não querem o IED. A Associação de Moradores da Urca (AMOUR) já coletou 1500 assinaturas reais e 300 virtuais para um abaixo assinado contra a instalação do IED. A Amour sustenta, com base em documentos, que a Urca não suportará o impacto que será causado pelo funcionamento da escola. Cabe ao Poder Público, tanto Legilativo quanto Executivo, não ignorar o clamor da sociedade.
E você, concorda com a instalação do IED na Urca? Participe da enquete.
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