“Quantas vezes nos indignamos quando sabemos de casos de agressões a colegas, profissionais como nós. Mas não nos indignamos o suficiente por acharmos que ainda está muito distante…De repente, chega a nós.”. Este é o começo da carta de Leila Soares, diretora da Escola Municipal João Kopke, que levou um soco de um aluno de 15 anos na semana passada.
Entre 2004 e 2007, fomos o primeiro mandato a levantar e discutir esse grave problema, na Câmara Rio, e cobrar ações da prefeitura, na época sob a gestão de César Maia. Fomos procurados por pais preocupados com a crescente violência nas escolas. Segundo relato dos profissionais, eram comuns casos de ex-alunos, considerados delinquentes ou suspeitos, envolvidos em atos de depredação, agressões à funcionários e ameaças à integridade física da comunidade escolar.
Dispostos a trabalhar para inibir a violência e salvaguardar corpo docente e dicente nas escolas, o mandato apresentou projeto de lei propondo a criação do Programa Interdisciplinar de Participação Comunitária para a Prevenção e Combate à Violência nas Escolas da rede municipal – proposta que virou lei em 2007 e nunca foi adotada pela secretaria municipal de Educação.
A lei 4666/07 prevê que o programa será coordenado por um Núcleo Central formado por técnicos das secretarias de Educação, Saúde, Assistência Social, das Culturas e Esporte e Lazer, representantes dos Conselhos Municipais de Educação e de Saúde e membros da Promotoria da Infância e da Juventude e de associações de moradores.
A secretaria municipal de Educação não adotou a lei e ainda alegou, na época, que a violência era problema do governo do estado. Mas atos violentos dentro da escola não são problema da secretaria? A omissão é evidente e atinge diretamente os profissionais de ensino que já tornaram-se reféns do descaso das autoridades municipais.
Pingback: Engenhão: desfecho anunciado | Eliomar Coelho - PSOL - O vereador do Rio