Infelizmente, ao ser questionado pelo nosso candidato Marcelo Freixo no debate da Record, o candidato do PSDB, Otávio Leite, deu uma tremenda colaboração para a campanha à reeleição do atual alcaide. A sua proposta de “Golfe popular”, realmente, só pode ser vista como um deboche ao eleitor e, por isso, a questão veio à tona através de uma série de brincadeiras e “memes” postados nas redes sociais.
Mas o caso é muito sério! Em parceria com seus sócios anônimos da especulação imobiliária, o atual prefeito indicou a construção do campo de golfe num terreno dentro de uma Área de Preservação Ambiental. Um dos últimos ecossistemas ainda passíveis de recuperação, as restingas da Barra da Tijuca agora se vêem novamente ameaçadas por um projeto que é a síntese do obscurantismo que tanto denunciamos.
Até hoje não se tem notícia sobre qual será o mecanismo que vai conceder o direito de ampliação dos gabaritos para a construção de 23 torres de 22 andares cada uma, num dos endereços mais caros do mundo. Só para que o nobre leitor tenha uma ideia, o terreno em tela é vizinho, por um lado, dos condomínios Pedra de Itaúna e Mansões. Pelo outro lado, o terreno divide muros com o Riserva Uno. Esses três condomínios de altíssimo luxo possuem unidades em valores que vão de R$ 2 milhões a R$7 milhões, cada. Isso significa, que, numa tacada só, a prefeitura está levando um terreno (cujo RGI está suspenso pela justiça!) a se valorizar na casa do bilhão de reais!
Desafiamos a atual prefeitura a apresentar exatamente a planta do terreno, os parâmetros urbanísticos detalhados e o projeto de lei que já está previsto para esse terreno, bem como as contrapartidas ambientais, se é que elas existem. Um projeto urbanístico de um milhão de metros quadrados, em plena APA de Marapendi, deveria ser objeto de licenciamento ambiental! É preciso ter mais respeito com o meio ambiente e com a cidade! A forma como esse projeto olímpico está sendo tocado é uma verdadeira agressão ao Estado Democrático de Direito! Não podemos rir de uma desgraça dessas!